QUEM SOMOS​

TXAI

Txai é uma palavra muito representativa do mundo indígena Acreano que se traduz por amigo, “parte eu, parte você”. O significado original, “cunhado”, se ampliou, e hoje representa para nós um verdadeiro espírito de aliança entre os povos indígenas e os que habitam a cidade. Essa relação foi profetizada pelos antigos pajés, um tempo em que o encontro com o homem ocidental “Nawa” (não-indígena) não seria da exploração e escravidão, mas de cooperação e amizade. Esse tempo profetizado pelos Huni Kuin recebe o nome de “Xinã Benã”. O espírito do tempo “xinã benã” também se insere dentro de um movimento de renascimento das tradições xamânicas, maior que qualquer instituição ou etnia, tecendo hoje uma verdadeira teia global.

O uso ancestral das plantas sagradas, como ferramenta de transformação espiritual e cultural, abre para a possibilidade de uma nova consciência coletiva. É uma luz que vem da floresta para que o mundo possa ver e valorizar a verdadeira riqueza amazônica, que é a sabedoria milenar indígena.

Para além da relação com os povos da Amazônia Acreana, como em especial os Huni Kuin e os Yawanawá, fazemos parte de uma aliança com outros povos da América Indígena, tais como os Wixárikas do México, Shipibo do Perú, os Tukano do Alto Rio Negro, entre outros. Por essa forte ligação com as tradições pan-americanas do xamanismo, passamos a nos denominar TXAI, ou Tradições Xamânicas da América Indígena.

HISTÓRICO

GUARDIÕES

HUNI KUIN

Em 2005 três jovens lideranças do povo Huni Kuin da Amazônia trazem pela primeira vez aos grandes centros urbanos do país o ritual do Nixi Pae (ayahuasca), tal como é realizado nas aldeias desde os tempos imemoriais. Fabiano Txana Bane, Leopardo Yawa Bane e Zé Bane, filhos do cacique Siã Sales, foram os pioneiros em trazer os ensinos da floresta para as grandes cidades do país, organizando os primeiros rituais do Nixi Pae no eixo Rio-São Paulo. Desse encontro se forma no Rio de Janeiro um pequeno grupo que sente uma crescente corrente de cura e busca o aprofundamento dentro da espiritualidade Huni Kuin.

Começaram nesta época os primeiros chamados para conhecer os rituais do Nixi Pae em sua fonte, nas aldeias Huni Kuin. Assim foram realizadas incursões de membros do grupo às aldeias do Jordão e Tarauacá, fortalecendo cada vez mais a ligação do grupo com a cultura, o povo e suas principais lideranças, incluindo o cacique Siã, Txaná Ixã e o saudoso pajé Agostinho, o velho Ika Muru, cuja visão da necessidade de resguardar a tradição dos antigos pajés inspirou a formação do grupo dos Guardiões Huni Kuin do Rio de Janeiro, liderado pelo jovem Huni Kuin Txana Bane.

Em 2009 o grupo já é bastante conhecido por organizar regularmente cerimônias Huni Kuin e ganha um novo impulso através do contato com o povo Yawanawa. A partir da visita de uma especial comitiva com presença do cacique Biraci Nixiwaka, da liderança feminina Putanny e do ancião pajé Yawa, se estabelece um forte vínculo também com o povo dos Queixadas (Yawas). Esta relação se intensifica nos anos seguintes ao ponto de carinhosamente nos denominarmos Huni-Yawas.

Guardiões – Coletivo unido pelo potencial de transformação das medicinas sagradas, tendo como principal utilização a Ayahuasca, ou Nixi Pae/Uni. Trabalhamos pela difusão dos saberes ancestrais dentro do contexto indígena tradicional.

O nosso foco principal são os rituais do Nixi Pae/Uni, buscando fortalecer a conexão entre a floresta e a cidade. Além dos rituais, o Guardiões Huni Kuin promove e apoia diversas atividades relacionadas à cultura indígena incluindo festivais nas aldeias, retiros espirituais na floresta, exposições em centros culturais e museus, rodas de cantoria, mostras de artesanato, publicação de livros, itinerâncias internacionais, entre outros.

Desenvolvemos e apoiamos projetos de sustentabilidade e preservação cultural na Amazônia Indígena, especialmente no Estado do Acre, com os Povos Huni Kuin e Yawanawá.

Trabalhamos pela articulação de uma teia de apoio global aos povos indígenas, entendendo que eles são os verdadeiros guardiões da natureza e os detentores de uma sabedoria milenar essencial para o mundo contemporâneo.

PROJETOS

Projetos apoiados e realizados pelo grupo​

2011 – “1º Mini Yawa Festival” – Rio de Janeiro, Brasil
2011 – Primeiro Huni Kuin “Xinã Bena Festival” – vila Lago Lindo, Jordão, Brasil
2011 – “1º Mini Yawa Festival” – Rio de Janeiro, Brasil
2011 – Primeiro Huni Kuin “Xinã Bena Festival” – vila Lago Lindo, Jordão, Brasil
2012 – “No Coração da Floresta”, exposição Yawanawa do fotógrafo Marcos Lopes, durante a Rio+20 Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio de Janeiro, Brasil.
2012 – “2º Festival Mini Yawanawa” – Rio de Janeiro, Brasil.
2012 – Apoio à oficina “1º Encontro de Huni Kuin Pajés do Rio Jordão” e “Livro de Cura Una Isi Kayawa” – aldeia São Joaquim, Jordão, Brasil.
2014 – “Ni Ininipa – Casa das Essências Florestais Huni Kuin” – Vila São Joaquim, Jordão, Brasil.
2015 – Apoio ao projeto de captação de águas pluviais “Água Txai” – vila de Altamira, Jordão, Brasil.
2016 – Apoio à cooperativa Huni Kuin “Aru Kuxipa” Jordão, Brasil.
2017 – Apoio ao Yawanawa Euro Tour – 8 países europeus.
2017 – Apoio à exposição “Um Espaço Sagrado”, do artista Ernesto Neto, na Bienal, 57ª Exposição Internacional de Arte – Veneza, Itália.
2017 – Apoio à exposição e lançamento do livro “Una Shubu Hiwea Living School”, no Centro Cultural Itaú – São Paulo, Brasil. (LINK)
2018 – Apoio ao Yawanawa Euro Tour – 8 países europeus “In the Heart of the Forest”, exposição Yawanawa do fotógrafo Marcos Lopes, durante a Rio +20 Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio de Janeiro, Brasil.