Quem Somos

O Instituto Guardiões da Floresta é uma organização não governamental, voltada para a preservação da Amazônia e o fortalecimento da cultura tradicional dos povos que nela habitam.

O objetivo do IGF é auxiliar na preservação e valorização dessas culturas, que com um vasto conhecimento do ecossistema amazônico, vivem há milhares de anos em integração com a natureza, como guardiões desse precioso patrimônio da humanidade. 

O IGF busca dar condições para que estes povos, além de perpetuar as tradições e saberes dos seus antepassados, possam também continuar a desenvolver suas pesquisas, aprofundando seus estudos e proporcionando um desenvolvimento integrado com as ciências naturais e humanas. 

Atualmente desenvolvemos projetos relacionados a salvaguarda da memória imaterial destes povos. Desde sua fundação em 2010, o IGF atende as etnias que habitam na floresta. O Instituto tem como princípio contribuir para que sejam atendidas as necessidades reais destes povos, viabilizando projetos demandados pelas próprias comunidades, em estreita parceria com as lideranças indígenas, cooperativas e associações de base, por meio de uma relação que vem sendo construída ao longo de onze anos entre os membros do IGF e os povos indígenas.

Histórico

IGF nasceu do intercâmbio cultural dos povos indígenas com pessoas da cidade, que sentiram a necessidade de contribuir de maneira mais ativa, para a preservação do patrimônio ambiental e humano da Floresta Amazônica.

Formou-se então um grupo multidisciplinar para desenvolver projetos e ações que venham a produzir resultados efetivos na proteção do meio ambiente, e na melhoria das condições de vida dos povos tradicionais.

Realizado na aldeia do povo Kuntanawa, no rio Tejo, entre os dias 26 e 31 de julho de 2010, com apoio da Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura. 

  O Festival reuniu pela primeira vez representantes de 13 etnias do tronco linguístico Pano do estado do Acre, com a intenção de fortalecer as expressões da cultura tradicional, e também para discutir com as lideranças indígenas presentes as questões que afetam a vida desses povos. 

  Durante o festival, houve uma articulação e mobilização entre as diversas etnias em prol de um maior intercâmbio cultural e fortalecimento de laços, estimulando a troca de saberes (histórias, pinturas corporais, danças, brincadeiras, cantos sagrados, artesanatos, plantas medicinais), e a estruturação política das etnias pertencentes ao tronco linguístico Pano, visando a valorização e perpetuação da cultura destes povos por eles mesmos. Esse festival contou com o patrocínio do Ministério da Cultura 

Realizada entre dias 16 a 20 de outubro de 2010, reuniu lideranças indígenas de 14 etnias pertencentes ao tronco linguístico Pano, na Terra Indígena Katukina, com o objetivo de discutir estratégias de fortalecimento das expressões culturais e abordar o tema do tombamento da ayahuasca como Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN, visando a integração dos povos indígenas ao processo.

Aconteceu em Outubro de 2011 na cidade do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Cultura, e teve como principal objetivo fornecer subsídios para o processo de tombamento da ayahuasca como patrimônio cultural imaterial brasileiro, já em andamento pelo IPHAN, além de formular políticas públicas voltadas para as comunidades ayahuasqueiras do Brasil.

 O uso da ayahuasca no Brasil é tradicional entre numerosos povos indígenas da Bacia Amazônica ocidental. Após o contato desses povos com a sociedade não-indígena, outras linhas foram surgindo, trazendo diferentes formas de uso ritual da ayahuasca.

Considerando que no Brasil, temos uma imensa riqueza e diversidade cultural manifestada nesse universo ayahuasqueiro, sob os mais diversos produtos artísticos, foi produzido um documentário audiovisual das apresentações musicais, danças, teatro, exposições fotográficas e audiovisuais, literatura, palestras e mesas redondas de debate e reflexão.

Encontro cultural Yawanawa realizado em Lumiar – Nova Friburgo com participação de uma comitiva composta por 20 lideranças Yawanawa, trazendo um pouco da experiência do festival Yawa que acontece na Aldeia Nova Esperança – AC.

Com a intenção de organizar a participação de turistas nas festividades tradicionais, o cacique Siã e família convidaram o IGF para compor a produção deste festival, que contou com lideranças de toda a terra indigena do Rio Jordão, compartilhando seus saberes e modo de vida. 

Yawanawá: No Coração do Mundo é uma exposição sensorial multimídia do fotógrafo Marcos Lopes sobre o povo Yawanawá. A exposição buscou transportar o público até a floresta Amazônica, em ambientes cenográficos e sonoros de imersão, além de imagens, adornos e objetos ritualísticos, revelando a cultura, a tradição e a arte deste povo. A exposição foi inaugurada no Rio de Janeiro, em junho de 2012, durante a Rio+20, no espaço oficial do Ministério da Cultura.
O IGF articulou o espaço da exposição, organizou a vinda e estadia da comitiva Yawanawa para o Rio de Janeiro e mediou a relação com o público visitante.

Celebrando a retomada cultural do povo Yawanawa, o segundo mini Festival Yawa trouxe  para a cidade conhecimentos de danças, cantos, brincadeiras e  rezos do povo Yawanawa. 

O Festival aconteceu no RJ durante a Rio+20 reunindo lideranças de diversos povos indígenas promovendo intercâmbio cultural entre as etnias ali presentes e facilitando a troca de saberes entre indígenas e não indígenas.

Trata-se de um encontro internacional pelo movimento das sementes livres, produzido pela Kokopeli, organização francesa que trabalha há 30 anos, com uma grande coleção de sementes tradicionais. Durante o encontro, em agosto de 2012 em Ollantaytambo, no Peru, foi criada a primeira Rede para a Defesa das Sementes Livres da América. Representantes de organizações campesinas, indígenas, educadores, coletivos autônomos e diversos outros movimentos, assinaram o documento onde os primeiros integrantes da rede formalizaram seus princípios, prevendo a valorização dos guardiões autônomos de sementes, seus coletivos e associações. A ideia principal dos signatários foi criar uma rede de articulação, realizar feiras de trocas de sementes e compartilhar conhecimento sobre práticas sustentáveis de plantio, consumo e comercialização.

Através do Instituto Guardiões da Floresta, com apoio do Ministério da Cultura, o povo Huni Kuin compartilhou o seu trabalho com as sementes tradicionais, suas experiências em agroecologia, suas plantas medicinais e o projeto da primeira Casa das Sementes Tradicionais Huni Kuin (Kaxinawá) do Rio Jordão Hanu Heshe Ati Hewe.  Passando a integrar a recém criada rede  das Sementes Livres da América.

Realizada entre os dias 3 e 7 de setembro, pela Associação Floresta Protegida, reuniu representantes de 18 comunidades da etnia Kayapó, na aldeia Moikarakô, no Pará,  somando aproximadamente 1.200 pessoas com representantes de 15 etnias indígenas do Brasil.

 A convite da Associação Floresta Protegida, o Instituto Guardiões da Floresta acompanhou a viagem de três representantes Huni Kuin da AMAAIAC- Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre e uma mestra artesã Huni Kuin, com apoio da Comissão Pró Índio do Acre.

Ao longo do encontro, os povos indígenas presentes participaram de palestras, oficinas, apresentações culturais de canto e dança tradicional, mesas redondas sobre soberania e segurança alimentar, políticas públicas para os povos indígenas, políticas de promoção da conservação florestal, gestão ambiental e territorial das suas terras, entre outros temas, além da feira de troca de sementes todas as manhãs.

Foi realizado na aldeia São Joaquim, Centro de Memória do povo Huni Kuin, na Terra Indígena Kaxinawá do Baixo Rio Jordão, entre os dias 03 e 15 de dezembro de 2011. A Oficina reuniu pela primeira vez os pajés e os jovens aprendizes de pajé de 23 aldeias do povo Huni Kuin do Jordão e Baixo Tarauacá, para um encontro de troca de experiências sobre as práticas culturais do povo. 

  Durante os 12 dias de oficina, foi transmitido aos jovens aprendizes de pajé o patrimônio do saber ancestral dos Huni Kuin no que se refere à medicina, através de aulas, palestras, contação de histórias, trocas de experiências e saberes relativos à identificação, cultivo e tratamento das doenças. 

  O Encontro dos Pajés foi realizado através de uma parceria entre IGF, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a ONG Conservação Internacional, sendo contemplado com o Prêmio Funarte Amazônia Legal. O Livro de Cura Una Isi Kayawa, produto desta oficina, foi lançado em 2014.

Una Isi Kayawa: Livro da Cura é um livro pioneiro, que reúne o profundo conhecimento das plantas e as práticas medicinais do povo indígena Huni Kuin, também conhecido como Kaxinawa, maior povo indígema do estado do  Acre. Esse projeto foi desenvolvido com a população do rio Jordão e tornou disponível, para não indígenas, um conhecimento que anteriormente, circulava somente entre a comunidade.

O artista Ernesto Neto realizou a  exposição Aru Kuxipa na galeria TBA 21, no parque Algarten em Viena, em parceria com os Huni Kuin. Ernesto Neto convidou o IGF para trabalhar na organização logística que envolve a  ida da comitiva até Viena, mediando e traduzindo a interação dos representantes Huni Kuin com os participantes da exposição.

Water Txai levou água potável para a aldeia Altamira, no rio Tarauacá – Acre. A aldeia sofria constantemente de problemas oriundos da contaminação da água, fato que mobilizou uma equipe de pesquisa e instalação do sistema de captação de água de chuva, sendo essa a primeira de uma série de benfeitorias realizadas nesta aldeia.

Entre os anos de 2015 a 2019 o IGF realizou encontros mensais no Parque Lage com lideranças indígenas de diversos povos para apresentarem suas culturas e musicalidade. O Kupixawa do Parque Lage recebeu lideranças dos povos Huni Kuin, Yawanawa, Tukano, Guarani, Krenak, Ashaninka, Assurini, Guajajara, Fulni-ô, Shipibo, entre outras.

O projeto “Ni Ininipa – Casa de Essências Huni Kuin da Floresta” foi iniciado no ano 2016, em uma iniciativa do povo huni kuin, em parceria com IGF, Dantes Editora e escola de Espagiria. 

A proposta nasceu do sonho de Isaka Huni Kuin, em ter um laboratório de extração de óleos essenciais de plantas nativas para ampliar as pesquisas acerca das plantas medicinais utilizadas pelos Huni Kuin, produzindo óleos essenciais a partir delas. Levando benefícios tanto para o meio ambiente, quanto para a saúde dos povos da floresta. Além do potencial de geração de renda.

A cooperativa Huni Kuin nasceu com o intuito de trabalhar em duas principais direções: Organizar e fomentar a produção e escoamento de  artesanatos, alimentos e outros produtos advindos da floresta. E através de uma mercearia localizada no município do Jordão dispor de mercadorias a um custo reduzido ou em sistema de troca para os indígenas.  
O IGF apoiou na reorganização da cooperativa captando os recursos necessários e atuando nas questões jurídicas e burocráticas.

Una Shubu Hiwea é um projeto criado por pajés Huni Kuin que vivem nas 36 aldeias das terras indígenas do Rio Jordão e do alto do Rio Tarauacá, na Floresta Amazônica do Acre. Foram realizados encontros, oficinas, assembléias e, com apoio do Rumos Itaú Cultural, em 2014, foram distribuídos cadernos em todas as aldeias dos rios Jordão e Tarauacá, ação que originou a edição de um livro, uma exposição, um filme e a construção de uma escola na aldeia Coração da Floresta, do pajé Dua Busẽ, que foram apresentados no Centro Cultural Itaú, em 2017.

O encontro entre a cidade e a floresta é a essência do Mi Mawai, que promove o diálogo entre culturas através da linguagem universal da música. Firmado numa parceria entre a Etnohaus, coletivo de artistas e produtores do Rio de Janeiro, e os Guardiões Huni Kuin RJ, grupo que trabalha na conexão entre a floresta e a cidade, articulando uma teia de apoio global aos povos indígenas desde 2005, o Mi Mawai é um selo musical transmídia de colaboração artística envolvendo artistas da cidade e da floresta. A mistura entre a musicalidade dos cantos indígenas e os instrumentos “urbanos”, como a guitarra, o baixo e a bateria, criam uma sonoridade inédita e especial. A força das aldeias é recriada num novo formato, que convida a todos para a escuta, a dança e o mergulho numa experiência única.

Duas viagens de comitivas Yawanawa, levando para Europa a sua cultura, modo de vida e espiritualidade. Com essas turnês os Yawanawa se conectam a  uma rede global de pessoas que tornam-se apoiadores das causas indígenas.

O projeto Mi Mawai & Kayatibu foi selecionado pelo edital Rumos do Itaú Cultural, resultando numa residência artística realizada em março de 2019, que promoveu uma ampla troca de saberes. Através do canto, do corpo e dos instrumentos, um time formado por artistas da música, facilitou uma série de oficinas de formação, abordando técnicas e práticas para potencializar a consciência musical do grupo. Em paralelo, uma oficina de audiovisual trabalhou na concepção e produção dos videoclipes para cada canção gravada durante a residência.

Filme sobre a música indígena contemporânea e direitos ancestrais, que produziu encontros entre indígenas e não indígenas acerca de uma questão chave na perpetuação das culturas milenares dos povos originários, modernidade a dentro: os direitos autorais coletivos e ancestrais de um povo.

O material do filme é composto por três rodas de conversa online entre artistas, músicos, articulares e especialistas em direito autoral e royalties de composição, etc, que são transmitidas em forma de live pelo canal do Mi Mawai no YouTube.

O Pajé Ikamuru, da aldeia Boa Vista, no médio Rio Jordão – AC, sem dúvidas é uma biblioteca viva. Conhecedor de diversos cantos tradicionais, é também uma espécie de médico Huni Kuin, sempre plantando e colhendo remédios da floresta, além de rezar os doentes e ensinar as tradições para os mais jovens. Recentemente começou a viajar pelo mundo levando sua cultura para diversos lugares como, Europa e México, firmando inclusive uma aliança com o povo Wixarica, no deserto de Wirikuta e na comunidade de San Andres. É também um grande patriarca, pai de seis filhos, todos estudantes do caminho da medicina, contam sempre com o seu apoio, bons conselhos e ensinamentos.

 Ikamuru foi acometido de um quadro de hérnia Inguinal estrangulada, tornando-se urgente a realização de uma cirurgia. O IGF mobilizou uma campanha internacional de financiamento coletivo, articulou a cirurgia de emergência do pajé e esteve cuidando até o retorno bem sucedido do pajé à aldeia.

Áreas de atuação da equipe Multidisciplinar:

  • Produtores Culturais
  • Educadores
  • Psicólogos
  • Antropólogos
  • Construtores
  • Arqueólogo
  • Historiadores
  • Geógrafos
  • Advogados
  • Jornalistas
  • Administradores
  • Designers
  • Cineastas
  • Sound Designer, técnico de som, editor de som e Mixador
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